sexta-feira, 22 de agosto de 2014

[Maratona Disney] #6: Alô, amigos!

Título original: Saludos Amigos
Ano de lançamento: 1942
Sinopse: A turma da Disney está reunida na América do Sul em meio a paisagens super coloridas. Apresentando personagens divertidos como Zé Carioca, Pedro, um avião mirim do correio e os famosos Pato Donald e Pateta, em aventuras espetaculares! 

terça-feira, 19 de agosto de 2014

[Maratona Disney] #5: Bambi (1941)

Título original: Bambi
Ano de lançamento: 1942
Sinopse: Numa floresta os animais ficam agitados com o nascimento de um filhote de cervo, Bambi, que foi chamado de "Príncipe da Floresta", pois seu pai é o cervo mais respeitado da região. Bambi, cresce, faz amizade com outros animais da floresta, aprende como sobreviver e descobre o amor. Um dia chegam caçadores e ele precisa aprender como ser corajoso como seu pai, para saber como conduzir outros cervos para um lugar seguro.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

[Maratona Disney] #4: Dumbo (1941)

Título original: Dumbo
Ano de Lançamento: 1941
Sinopse: Dumbo é um bebê elefante que nasceu com orelhas enormes e com a ajuda de Timóteo, um simpático ratinho, vai se transformar na principal atração de um circo. Usando suas orelhas, ele faz o que nenhum outro elefante conseguiu: voar!

domingo, 17 de agosto de 2014

[Maratona Disney] #3: Fantasia (1940)

Título original: Fantasia
Ano de lançamento: 1940  
Sinopse: A integração das grandes obras da música clássica com visuais extremamente criativos e originais da animação. São as seguintes composições que fazem parte do filme: Toccata e Fuga em Ré Menor, de Johann Sebastian Bach. Suíte Quebra-Nozes, de Peter Llich Tchaikovsky. O Aprendiz de Feiticeiro, de Paul Dukas. Sagração da Primavera, de Igor Stravinsky. Sinfonia Pastoral, de Ludwing Van Beethoven. Dança das Horas, de Almicare Ponchielli. Noite no Monte Calvo, de Modest Mussorgsky. E, Ave Maria, de Franz Schubert.

sábado, 16 de agosto de 2014

[Maratona Disney] #2: Pinóquio (1940)

Título original: Pinocchio
Ano de Lançamento: 1940
Sinopse: Sinopse: Gepeto (Christian Rub) é um carpinteiro solitário que, um dia, resolve fazer um boneco de madeira para lhe fazer companhia. Durante a noite, a Fada Azul (Evelyn Venable) dá vida ao boneco, que passa a se chamar Pinóquio (Dickie Jones). Ansioso para se tornar um menino de verdade, Pinóquio se mete em várias confusões, apesar dos constantes avisos de seu amigo Grilo Falante (Cliff Edwards). O boneco tem uma particularidade: sempre que mente seu nariz cresce. Até o dia em que precisa resgatar seu criador, quando ele fica preso na barriga de uma baleia.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

[Maratona Disney] #1: Branca de Neve e os Sete Anões (1937)

Título original: Snow White and the Seven Dwarfs
Ano de lançamento: 1937
Sinopse: Uma rainha má e bela resolve, por inveja e vaidade, mandar matar sua enteada, Branca de Neve, a mais linda de todo o reino. Mas o carrasco que deveria assassiná-la a deixa partir e, durante sua fuga pela floresta, ela encontra a cabana dos sete anões, que trabalham em uma mina e passam a protegê-la. Algum tempo depois, quando descobre que Branca de Neve continua viva, a Bruxa Má disfarça-se e vai atrás da moça com uma maçã envenenada, que faz com que Branca de Neve caia em um sono profundo até o dia em que um beijo do amor verdadeiro a faça despertar.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

[Maratona Disney] Ponto zero: A história da Disney

   Você provavelmente conhece a história da Branca de Neve e seus Sete Anões. Conhece Cinderela, e seu título de Gata Borralheira. Conhece com certeza Mickey Mouse e seus amigos atrapalhados. E sabe que essas histórias mágicas são trazidas até nós pelo Walt Disney Studios.
  
Mas, você conhece a história por trás da nossa querida Disney?

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

[Cinema] Planeta dos Macacos: O Confronto

Título original: Dawn of the Planet of the Apes
Ano: 2014
Direção: Matt Reeves
Nota: 3,5/5
Sinopse: Uma crescente nação de primatas geneticamente modificados e liderados por Cesar é ameaçada pelos sobreviventes humanos de uma alarmante epidemia viral desencadeada há uma década. O momento de paz em que se encontram está fragilizado e dura pouco, quando os dois lados são levados à beira de uma guerra que determinará quem será a espécie dominante da Terra.










segunda-feira, 4 de agosto de 2014

[Rabiscos] Minha Espera

   Quando corto o bolo de aniversário sempre penso na palavra “encaixe”. Todos os anos. Seja bolo de chocolate, morango ou os dois juntos. Seja dia da semana ou não. Seja o aniversário de 7 ou 17. Seja aqui ou nos meus sonhos.
   Sempre desejei ser como os outros
   Amar por inteiro
   Me entregar por inteiro
   Ser
   Inteiro
   Não ser como os outros no sentido de ser igual. Mas ser humano exatamente como todos parecem ser. Porque acho que me falta algo. Sinto isso. E não lá no fundo, escondido nas profundezas de quem sou. Se sou alguma coisa. Está em mim. Impregnado. Agarrado. Tóxico. Começou pequeno como uma pulga simpática. Mas aos poucos foi pulando para todos os cantos, infectando tudo o que aprendi a ser. Então, agora, não me resta ser. Não me resta nada. Porque não sei mais o que é isso.
   Queria saber sentir como todos os outros. Ver aquele brilho, tão característico, tão pessoal, tão diverso. Vejo-o o tempo todo nos olhos alheios. Mas não quando encaro o espelho.  O único brilho presente em meus olhos é uma luz piscante. Que ao ilumina em quase nada a escuridão que posso ver. Uma luz de dúvida. Uma luz que não queria estar lá. Eu preferiria a completa escuridão à perturbação que essa parca luz pode me dar.
   Queria ter o dom de ser eu mesmo. Ter aquela sanidade, ainda que aparente, que estica os lábios e atraem acenos de aprovação. Que chama a atenção para o bem, que faz os olhos brilharem com aquele intensidade peculiar. Queria encarar a pessoa que me olha do espelho e dizer “sou são, sou limpo, transparente”. Mas não posso. Ao contrário, deus me deu o dom da loucura. E por sua culpa agora permaneço à deriva, sem saber a diferença
   Entre o belo e o feio
   O claro e o escuro
   O mim e o nada.
   Agora, o que me resta? Me resta sentar e esperar. Me resta a rebeldia. Me resta a busca pelo meu brilho nos olhos. Me resta usar essa minha loucura
   Meus versos
                        Livres.
   Versos livres
                       Leves e soltos.
   Para fazer deste mundo. O meu mundo. O nosso mundo. Um lugar melhor. Um lugar real além do real imaginário. Um lugar suportável. Amável. Mortífero. Apenas um lugar.
   Me resta roer as amarras aos poucos. Me resta desgastá-las com minha lágrimas
   (elas que estão cheias deste veneno tóxico).
   Me resta encarar as cordas, correntes, fitas e laços de amores falsos. Ao invés de encarar a imagem que ri de mim no espelho. Me resta encarar a imagem no espelho. Destruí-la moldá-la esticá-la até que me faça bem. Bem melhor. Bem pior.
   Não me resta mais nada.
   Apenas sentar

   E esperar.                                  

domingo, 20 de julho de 2014

[Resenha] Um Estranho no Ninho

Título original: One flew over the cuckoo’s nest
Autor: Ken Kesey
Nota: 4,5/5
Sinopse: O livro relata a história de McMurphy, que é preso e, para fugir dos trabalhos da prisão, resolve fingir-se de louco. Enviado ao manicômio, McMurphy começa a viver uma triste e difícil realidade.

  












sexta-feira, 27 de junho de 2014

[Cinema] The Planet of the Apes (since 1968)

   A menos de um mês da estreia de “Dawn of the Planet of the Apes” (“Planeta dos Macacos: O Confronto”, no Brasil), sequência do longa “Rise of the Planet of the Apes” (“Planeta dos Macacos: A Origem”) é bom lembrar aos navegantes: o filme de 2011 não é o primeiro. No distante ano de 1968, um cara chamado Franklin J. Schaffner foi responsável por dirigir o filme “The Planet of the Apes”, que viria a ser um dos maiores clássicos da ficção científica (e do cinema no geral) de todos os tempos.
   Sinopse: George Taylor, um astronauta americano, viaja por séculos em estado de hibernação. Ao acordar, ele e seus companheiros se vêem em um planeta dominado por macacos, no qual os humanos são tratados como escravos e nem mesmo tem o dom da fala.







domingo, 1 de junho de 2014

[Rabiscos] Confissões de uma cela de prisão (Parte final)

Num gesto rápido eu a virei para cima e lhe dei duas bofetadas, uma em cada lado do rosto e o som pareceu ecoar por toda a vizinhança. E, antes que ela pudesse gritar alguma frase indignada, eu tapei sua boca com uma das mãos. E estuprei minha mulher enquanto encarava seu olhar chocado ou enquanto ouvia seu choro baixinho quando a virei de bruços.
   De certa forma, eu acho isso muito irônico: estuprar a própria esposa. No mundo em que vivemos, marido e mulher têm uma determinada obrigação ao coito, e é esse acordo silencioso que impede coisas assim de acontecerem. A culpa foi toda dela, e até hoje eu não acredito em como ela pôde me olhar daquela maneira.

domingo, 4 de maio de 2014

[Rabiscos] Confissões de uma cela de prisão (Parte 2)

 (Parte 1)  
 Era uma daquelas manhãs perfeitas de inverno; o sol brilhava em seu lugar mas não nos condenava com seu fogo infernal, e uma boa blusa de lã era bem-vinda enquanto se tomava um café recém passado na varanda. Eu havia acordado com uma dor de cabeça dos diabos mas decidi ignorá-la apenas em função daquele belíssimo dia.
   Então eu estava sentado na varanda, e foi aí que eu vi minha esposa – com o tempo, decidi que esquecer seu nome era melhor – conversando com nosso vizinho, Juan Hernadéz, me lembro bem daquele filho da puta: era provavelmente mais velho que nós mas não aparentava ter mais que trinta anos, sua pele tinha um bronzeado saudável e natural, ele era médico – pediatra! – e tinha um sorriso incrível que o beneficiaria muito bem se ele resolvesse se tornar um pedófilo. Minha esposa o adorava, e todas as manhãs eu era obrigado a sentar na minha varanda e observar os dois rindo de algum comentário tolo, com os dedos finos de minha esposa sempre pousados sobre seus ombros, até o momento em que ele subitamente olharia na minha direção e me concebesse um aceno amigável – e aí, cara! Foi ótimo comer sua esposa ontem, espero que você também tenha gostado – e eu retribuiria, por causa da porra da política de boa vizinhança – um dia nossa casa poderia pegar fogo, um dia talvez precisássemos de um babá ou de um pouco de açúcar. Naquele dia eu não acenei de volta e essa foi sua deixa para beijar o rosto de minha mulher – muito próximo a seus lábios – e voltar para seu gramado estupendamente mais verde que o meu.

sábado, 3 de maio de 2014

[Rabiscos] Confissões de uma cela de prisão (Parte 1)

 
 Ah, passado. Deveria ser substantivo feminino, essa vadia traiçoeira. E quiséramos nós, queridos mortais, jogá-lo para longe de nossas memórias – e nossos corpos! – como fazemos com nossas mulheres. Quiséramos nós largá-lo no fundo de uma gaveta para não encará-lo mais assim como fazemos com aquelas malcheirosas (ou será que não?) roupas de baixo. No entanto, como qualquer vadia que se preze, ele nos persegue, agarra-se a nossos tornozelos retardando nossos passos, jogam seus véus em nossas mentes nublando nossa razão. E o único lugar onde podemos largá-lo é numa roda de conversa no almoço de família, no bar com os amigos.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Afinal, bajulação funciona?

 
 Digamos que (muito hipoteticamente) na minha classe há uma garota. Ela raramente faz os deveres, estuda para as provas apenas um dia antes e dorme em quase todas as aulas. Mesmo assim, suas notas sempre foram boas e todos os professores a adoram. E isso é natural, já que ela puxa o saco de todos eles. De forma descarada, diga-se de passagem.
   Não há dúvidas de que os bajuladores estão aí, não só nas escolas, mas nas empresas, na televisão, no cenário político, e até nas próprias famílias. E, apesar de todo o nosso desprezo por suas atitudes, também não há dúvidas de que eles geralmente se dão bem. Mas, por quê? Como funciona a bajulação e por que ela funciona?



sexta-feira, 18 de abril de 2014

Resenha: Depois da Meia-Noite

Título original: Four Past Midnight
Autor: Stephen King
Páginas: 667
Nota: 4/5
SinopseStephen King, consagrado unanimemente pela crítica mundial como o Mestre do Horror Moderno, reúne em Depois da meia-noite quatro histórias sobre pessoas que, habituadas à realidade cotidiana e palpável, encontram-se subitamente envolvidas por acontecimentos que desafiam a sanidade. São histórias que se referem não à meia-noite fisica - aquela que os velhos relógios anunciam com doze badaladas -, mas o sutil momento de transição entre nossa realidade e outra, bizarra, ilógica. Uma realidade formada pela substância da qual são feitos os pesadelos.

domingo, 30 de março de 2014

Resenha: Precisamos falar sobre o Kevin

Título original: We need to talk about Kevin
Autor: Lionel Shriver
Páginas: 463
Nota: 4,5/5
Sinopse: Para falar de Kevin Katchadourian, 16 anos – o autor de uma chacina que liquidou sete colegas, uma professora e um servente no ginásio de um bom colégio nos subúrbios de Nova York – Lionel Shriver não apresenta mais uma história de crime, castigo e pesadelos americanos. Arquitetou um romance epistolar onde Eva, a mãe do assassino, escreve cartas ao pai ausente. Nelas, ao procurar porquês, constrói uma meditação sobre a maldade e discute um tabu: a ambivalência de certas mulheres diante da maternidade e sua influência e responsabilidade na criação de um pequeno monstro.


Resenha: Angústia

Título original: Misery
Autor: Stephen King
Páginas: 345
Nota: 5/5
Sinopse: Paul Sheldon, um famoso escritor, tem sua vida transformada em um pesadelo sem fim, quando em uma terrível nevasca perde a direção do carro e sofre um acidente horrível, quebrando uma perna, deslocando a bacia e esmagando o joelho. Mas o pior ainda estava por vir. Pois ele é ajudado por sua fã nº 1, que colocará em cárcere o pobre escritor, até que ele escreva um final feliz para Misery Chastain, sua personagem preferida.






domingo, 16 de março de 2014

[Rabiscos] Silêncio



Silêncio.
É disso que sou feito.
É isso que sou.
Minhas palavras
são cheias de silêncio.
Meus olhos
são cheios de silêncio.
Meu coração
é mergulhado nesse carmesim
silencioso.
Porém
meu silêncio
não poderia ser mais
gritante.
E é com esses silenciosos gritos
que vou me afogando.
Afogando-me nesse denso e enlouquecedor
silêncio.

sábado, 15 de março de 2014

Resenha: Coraline

Título original: Coraline
Autor: Neil Gaiman
Páginas: 159
Sinopse: No livro, a jovem Coraline acaba de se mudar para um apartamento num prédio antigo. Seus vizinhos são velhinhos excêntricos e amáveis que não conseguem dizer seu nome do jeito certo, mas encorajam sua curiosidade e seu instinto de exploração. Em uma tarde chuvosa, a menina consegue abrir uma porta que sempre estivera trancada na sala de visitas de casa e descobre um caminho para um misterioso apartamento ‘vazio’ no quarto andar do prédio. Para sua surpresa, o apartamento não tem nada de desabitado, e ela fica cara a cara com duas criaturas que afirmam ser seus “outros” pais. Na verdade, aquele parece ser um “outro” mundo mágico atrás da porta. Lá, há brinquedos incríveis e vizinhos que nunca falam seu nome errado. Porém a menina logo percebe que aquele mundo é tão mortal quanto encantador e que terá de usar toda a sua inteligência para derrotar seus adversários. Skoob


Resenha: Duma Key

Título original: Duma Key
Autor: Stephen King
Páginas: 664
Sinopse: Um acidente terrível em um canteiro de obras arranca o braço e a mão direitos de Edgar Freemantle e embaralha sua memória e sua mente. A raiva é praticamente tudo o que lhe resta enquanto inicia sua penosa recuperação. O casamento que gerou duas filhas maravilhosas termina de repente e Edgar começa a desejar não ter sobrevivido às lesões que quase o mataram. Seu psicólogo sugere uma "cura geográfica", uma nova vida longe das cidades gêmeas de Minneapolis-Saint Paul e da empresa que ele construiu do nada. E sugere que Edgar também retome o hábito de desenhar. Ele troca, então, Minnesota por uma casa alugada em Duma Key, uma ilhota de beleza extraordinária e estranhamente subdesenvolvida na costa da Flórida. Lá, ele ouve o chamado do sol se pondo no Golfo do México e da maré chacoalhando as conchas na praia - e desenha. Uma visita de Ilse, sua filha mais querida, o incentiva a abandonar a solidão. Ele encontra um amigo em Wireman - um homem que reluta em revelar suas próprias feridas - e, posteriormente, em Elizabeth Eastlake - uma idosa cujas raízes estão fincadas em Duma Key. Edgar passa a pintar - às vezes de modo febril -, e seu talento em combustão se revela tanto uma dádiva quanto uma arma. Muitos de seus quadros têm um poder que não pode ser controlado. Quando os fantasmas do passado de Elizabeth começam a surgir, descobrimos o perigo que suas pinturas surreais representam. Ao nos revelar a tenacidade do amor, os riscos da criatividade, os mistérios da memória e a natureza do sobrenatural, Stephen King escreve um romance ao mesmo tempo sublime, cativante e assustador. Skoob

sábado, 15 de fevereiro de 2014

[Rabiscos] O escritor. II

   O escritor. II

Resenha: Festa no Covil e Se Vivêssemos em um Lugar Normal

   Sejamos muito honestos: hoje em dia, quando falamos em literatura atual, lançamentos, sei lá o quê, nos referimos sempre a autores da língua inglesa (de preferência americanos), com livros às vezes bons, outras nem tanto, mas poucos com uma crítica social, ou alguma crítica, ou um retrato de qualquer coisa. Sim, eu estou falando dos lançamentos recentes da Novo Conceito.
   Mas, o pessoal que não fala inglês também escreve livros muito bons. E hoje quero falar do incrível Juan Pablo Villalobos, um escritor mexicano que chamou a atenção em 2010 com o lançamento do seu primeiro romance, “Festa no Covil”, que é parte de um trilogia sobre o México.
   Villalobos descreve nesses dois livros dos quais vou falar um México dos anos 1980 (e muito atual) devastado pela desigualdade social, injustiça e corrupção política (lembra algum lugar?). Seus livros são “mini-romances” – fazem o retrato de seu país de uma maneira rápida e descontraída, sem nada que seja inútil ou panfletário, na voz de quem nós menos esperávamos que narrassem histórias como essas: crianças.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

[Rabiscos] Era apenas um vaso

   Era uma vez um solitário vaso que passava seus dias observando o pó acumulado na madeira da estante, sem conhecer (ou se interessar por) uma vida diferente.
   Certo dia surgiu um livro ao seu lado.
   O pobre do vaso nem sequer sabia o que era aquilo, então apenas continuou na sua, fingindo que nada havia mudado. “Hm, acho que agora tem mais poeira ali naquele canto; deve ter sido o vento”.
   O livro, porém, era lá muito sabido do mundo em que viviam. E muito metido também, já que era obrigado a ficar sempre ao lado de vasos e abajures que nunca sabiam de nada. Por isso, foi logo puxando conversa com o nosso vaso.
   - Sabe, essas suas figuras lembram-me a Índia. Eu estive lá este ano, é claro. Foi da Índia que veio, amigo?
   E o vaso não sabia o que responder. “Esse aí deve ser... como dizem?... biruta!”
   - Quem é Índia? – perguntou por fim.
   O livro bufou, fingindo irritação – Ora, até que não me espanta você ser tão burro. Provavelmente sou o primeiro livro que chega perto desse lugar – você chama isso de estante? – E você, de tão ignorante, não deve nem importar-se de ficar o tempo todo aqui sem fazer coisa alguma e dependendo de qualquer um.
   O vaso não sabia o que era uma ofensa, mas sentiu-se profundamente ofendido sem saber.
   - Não dá pra se saber de tudo! – choramingou.
   - Ora, então pergunte; qualquer coisa eu lhe respondo.
   - Sabe, às vezes me enchem de água. E, às vezes, pela janela, eu vejo algo que chamam de chuva. Então, como é?
   - Bem, a chuva é apenas precipitação de água. Quando...
   - Não, não, não. Eu quero saber como é a... a... sensação!
   O livro emudeceu. Sabia tudo sobre a chuva, sobre a água, sobre nuvens e sobre a atmosfera terrestre. Mas a sensação da chuva? Não entendia como alguém poderia querer saber sobre uma coisa tão estúpida.
   Uma risadinha veio de baixo da estante. – Meu amigo, é uma coisa absurdamente reconfortante. Às vezes eu penso que é a Natureza nos dizendo que tudo está bem.
   De fato, havia um par de sapatos sob a estante, feio, sujo e rasgado, pousado numa poça de lama.
   - Eu já fui a muitos lugares, ouvi muitas pessoas e senti todos os tipos de chuva...
   O livro, indignado por um objeto imundo e tresloucado como aquele querer lhe ensinar alguma coisa. Em sua fúria e desejo de insultar nosso sábio sapato, ele, que estava numa posição muito precária, acabou caindo da estante e deu de capa na lama.
   O sapato achou muito engraçado um objetozinho como aquele conseguir guardar  tanta petulância dentro de si.
   - Deixe de ser tolo, camarada. Seja mais como eu: me importo mais com algumas humildes experiências do que com uma inteligência comprada e arrogante como a sua.

  
 Por - Ana Caroline (eu!), Jéssica Santos, Vitor Luciano, Natália Ribeiro e Maria Victória