Autor: R. J. Palacio
Páginas: 320
Nota: 5/5
Sinopse: August (Auggie) Pullman nasceu com uma síndrome genética cuja sequela é uma deformidade facial, que lhe impôs diversas cirurgias e complicações médicas. Por isso ele nunca frequentou uma escola de verdade... até agora. Todo mundo sabe que é difícil ser um aluno novo, mais ainda quando se tem um rosto tão diferente. Prestes a começar o quinto ano num colégio particular de Nova York, Auggie tem uma missão nada fácil pela frente: convencer os colegas de que, apesar da aparência incomum, ele é um menino igual a todos os outros.
August Pullman é um garoto de dez anos. Ele
tem pais que o amam, uma irmã que o protege de tudo e até uma cadela carinhosa
chamada Daisy. Uma vida quase comum. Quase; até por que Auggie definitivamente
não é um garoto comum: uma alteração genética grave e desconhecida faz com que
ele tenha uma aparência bem diferente, assustadora até.
Sempre que sai de casa, August tem de
enfrentar as pessoas o encarando ou desviando o olhar rapidamente. Mas tudo
bem, porque ele até já se acostumou com isso. Mesmo assim, por causa de todos
esses olhares e de todas as cirurgias a que o garoto foi submetido, seus pais nunca se sentiram seguros em mandá-lo para escola, mas
tudo muda neste ano, quando ele vai ingressar no Ensino Fundamental II. No
início Auggie não lida muito bem com a escola, mas é bem recebido pelo diretor –
o Sr. Buzanfa – e começa a simpatizar com a situação.
Então, acompanhamos esse primeiro ano
escolar da vida do menino. É claro que as outras crianças não lidam bem com sua
aparência e o ele sofre com a rejeição. E, sim, todos nós sabemos como as crianças podem ser cruéis. Mas, apesar disso, Auggie consegue
conquistar uns bons amigos e ainda tem o apoio de seus pais.
O livro é narrado em primeira pessoa e
dividido em oito partes, e nem todas são narradas pelo protagonista. Algumas
partes são dos seus amigos e acho que a mais interessante é a narração da irmã
de August, Via: ela está no início da adolescência, numa escola nova e com
amigos novos e, apesar de não sofrer como o irmão, ela é sempre encoberta por
sua sombra dentro de sua família e sempre foi julgada pelos “amigos” por ter um
irmão deformado em casa. Ainda temos o ponto de vista de Justin, o namorado de
Via, e Miranda, amiga da adolescente que conhece August desde pequeno e o considera
como irmão. Esses personagens servem para incrementar esse clima de mudanças,
que acompanha principalmente a adolescência, onde ser aceito é quase tudo o que
importa.
“Extraordinário” é um livro difícil sobre o
qual falar. É envolvente e uma daquelas histórias que te fazem rir e chorar ao
mesmo tempo e te fazem pensar sobre sua própria vida e suas atitudes. É uma
leitura rápida, mas nem por isso pode ser considerada fácil. É triste, ainda
mais se o próprio leitor tiver sido vítima de bullying alguma vez na vida.
Claro que poucas coisas se comparam à situação da personagem.
Mas, apesar de toda a tristeza, há vários
momentos engraçadinhos. E o August é um ótimo personagem; ele é engraçado e
lida bem com sua própria aparência, mas é claro que se decepciona com as
atitudes das pessoas. Ao final do livro, me senti como se fosse uma grande
amiga ou até alguém da família.
E, acima de tudo, essa é uma história de
coragem, amizade e gentileza – a regra de vida enfatizada durante todo o livro,
e que nos falta bastante nesses tempos. Mas principalmente coragem, e não só do
protagonista; é preciso ser bravo pra enfrentar um problema como esse, mesmo
que ele não lhe atinja tão diretamente.
É uma narrativa maravilhosa, feita de um
ponto de vista incrível (e até nostálgico para o leitor). Deveria ser lida por
todos.
"não, não é tudo um acaso. se fosse, o universo nos abandonaria à própria sorte. e o universo não faz isso. ele cuida das suas criações mais frágeis de formas que não vemos. como com pais que amam cegamente. e uma irmã mais velha que se sente culpada por ser humana em relação a você. e um garotinho de voz grave que perdeu os amigos por sua causa. e até uma garota de cabelo rosa que carrega sua foto na carteira. talvez seja uma loteria, mas o universo deixa tudo certo no final. o universo cuida de todos os seus pássaros." - Justin
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