terça-feira, 24 de dezembro de 2013

[Cinema] Thanatomorphose (2012)

Título original: Thanatomorphose
Diretor: Éric Falardeau
Ano: 2012
Filmow
Sinopse: THANATOMORPHOSE é um substantivo francês que significa sinais visíveis da decomposição de um organismo,causada pela morte.Um dia a jovem e linda Laura acorda e descobre que a sua carne está apodrecendo…Ela se desespera com o ocorrido,e tenta de qualquer forma procurar ajuda,será que Laura conseguirá encontrar uma cura à tempo,antes que todo seu corpo seja contaminado? Começa então um estranho e claustrofóbico conto de sexualidade,horror e fluidos corporais





   O filme segue um pouco da vida de Laura (Kayden Rose), a protagonista. Ela tem uma vida até que normal, até que u dia acorda e descobre que está apodrecendo. Viva. E essa é basicamente a estória do longa. Mas vamos a uma patética interpretação poética e alguns comentários sobre minha própria impressão e a parte técnica (como se eu fosse uma grande crítica, sim)

  A personagem principal é notavelmente solitária, mesmo com amigos e um namorado bruto. O filme todo se passa dentro de seu apartamento, o que só evidencia sua solidão, seu mundinho fechado. O pior é que esse seu vazio interior não é notado por ninguém ao seu redor, e ela não busca ajuda ou uma simples conversa. Ela está cansada. Sem rumo. Saturada. Sua vida está simplesmente caindo aos pedaços. Na verdade, Laura está praticamente morta.
   E essa é a questão. A personagem está morrendo de dentro para fora; bem no final do filme, eu pensei naquela frase “você é o que você come”: basicamente isso diz que tudo o que está dentro de você se reflete para fora, no seu corpo e nas suas atitudes. E, aplicando isso ao filme, o ditado não diz respeito somente a substâncias reais, mas também a sentimentos, a traumas e a nosso estado de espírito, sempre mutável.
   Então, a ideia é mostrar como esse vazio, essa “morte” da personagem se manifesta fora de seu corpo, gradualmente. O que é triste, confuso, e às vezes até revoltante.
   Agora, se você se deixou levar por essa ladainha ou pela sinopse (que está meio errada), calma nessa hora e continue a ler só um pouquinho.
   O filme é NOJENTO, é horror puro. O que nos leva, é claro, à maquiagem impecável, parece mesmo que a garota está apodrecendo. Algumas cenas são bem perturbadoras. O pior é a reação da personagem perante o ocorrido e a reação dos que estão à sua volta e a veem naquele estado.

    Então, bem, é recomendado pra quem realmente gosta do gênero e está acostumado com algumas cenas fortes. Se não é o seu caso, não sei se realmente vale a pena; há filmes de 100 minutos tão bons quanto esse que são para todos.
   Por que não? Bem, a maquiagem é realmente perfeita; o cenário é mais ainda e como eu disse contribui para o estado da personagem; a atriz que interpreta a protagonista realmente se entregou ao papel, e foi corajosa pra fazer um filme como esse; a trilha sonora e outros efeitos (como o zumbido dos mosquitos o tempo todo) contribuem para nos envolver com a estória; em alguns momentos me lembrou Lars von Trier e seu Anticristo - o que é bom; e o filme nos dá a visão nua e crua que o diretor tem da vida. Mas, além disso e da possível interpretação que começou o texto, não há muito mais. O roteiro tem alguns furos e algumas cenas que talvez não façam muito sentido, delírios da personagem que só aumentam a perturbação psíquica; os diálogos são raros e nada significativos; além da protagonista, as outras interpretações não foram tão boas. Então, mais uma vez, é para quem gosta do gênero de horror: filmes com poucos diálogos, onde o que conta são as imagens e sons que chocam e talvez façam pensar.

   Enfim. Acho que seria melhor se fosse um curta metragem ou até mesmo se não fosse trash (com tão poucos recursos), que precisou focar nos efeitos especiais. Como eu disse, se você curte o gênero, é uma excelente pedida, e inclusive o filme recebeu ótimas críticas mundo afora, ganhando até prêmios; se não é, acho que nem era pra ter começado a ler isso.

 
 


Extra - Nesse link, tem uma breve entrevista com o diretor Éric Falardeau, falando sobre sua inspiração para o filme e sobre outros projetos. A entrevista está em espanhol, mas com o Google Tradutor dá pra entender perfeitamente.

E Feliz Natal, sapien!

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