sábado, 30 de março de 2013

Por que ler As Crônicas de Gelo e Fogo


   
Você com certeza já ouviu falar de As Crônicas de Gelo e Fogo ou de Game of Thrones no mundo da telinha. A não ser, claro, que você viva num mundo paralelo onde a globalização ainda não tenha se iniciado; mas, sendo assim, você nem estaria lendo isso, então vamos voltar ao assunto principal. A obra de George R. R. Martin já vinha fazendo um enorme sucesso na crítica e garantindo muitos fãs por aí; mas depois da série da HBO inspirada nos livros, houve o boom, inclusive aqui no Brasil. Só se falava disso; e ainda se fala, principalmente nessa semana, já que a terceira temporada da série televisiva estréia nesse domingo, dia 31. Mas esse não é ponto aqui.
   O ponto é: o que faz As Crônicas de Gelo e Fogo ser tão especial? Bruxaria? Hipnose? George Martin é na verdade uma reencarnação de Hitler? Bem, não (ou sim, quem sabe, né?). Mas, eu, que estou no quinto livro da série (A Dance with Dragons – A Dança dos Dragões) e gosto de me considerar uma fã nível médio dos livros, por indicação de uma colega, vou fazer uma pequena listinha com motivos por que ler As Crônicas de Gelo e Fogo. Lembrando que é a minha opinião, então sem gracinhas. E se eu soltar algum spoiler sem querer podem me xingar que eu retiro.


Personagens – sim, eu valorizo muito os personagens; quem faz a estória são eles, afinal. Bom personagem = bom livro (bem, pelo menos na maioria das vezes). Em As Crônicas de Gelo e Fogo você tem uma infinidade de personagens, e nenhum nunca será igual a outro. Cada tem sua peculiaridade, seus defeitos e virtudes. Acho que às vezes alguns autores constroem seus personagens de uma maneira meio hipócrita,  como se eles tivessem um lado apenas, como se não fossem humanos. Martin, por isso mesmo, também nos permite uma identificação maior com os personagens. A quem interessar possa, meu preferido é o Tyrion, o Anão, da Casa Lannister.

A guerra – pra quem gosta de algumas cenas de ação, as batalhas são ótimas. Às vezes, você pode vê-las pelo lado de dois personagens diferentes; o que nos leva a outro ponto relacionado à guerra em si: o Martin nunca vai te dar um indício de que o lado de Fulano está certo. Não. É uma guerra, com vários lados (sim, VÁRIOS lados); você pode escolher o seu, mas não tem o certo ou o errado; geralmente alguns fãs fazem isso de acordo com seus personagens favoritos, como a Daenerys, Mãe de Dragões, que tem um fã clube maior que Westeros. Eu tento não fazer isso e analiso os argumentos de todo mundo – tudo bem que alguns mal têm argumentos -, mas confesso que considero Stannis a melhor pessoa a se sentar no Trono de Ferro se um dia essa guerra acabar. Além disso, tem todo o lado político mesmo, as discussões, as táticas de guerra, as cartas inesperadas. E, claro, as mortes. Sim, eu te odeio George Martin. Acho que isso também mostra como as guerras podem mudar completamente a vida das pessoas, estejam elas no poder ou não, o que pode ser refletido para o nosso mundo também.

Os cenários – quer uma muralha imensa feita completamente de gelo? Tem. Um deserto intransponível  Tem também. Um castelo que fica no alto de uma montanha enorme, onde existem celas abertas dando diretamente pro ceuzinho azul? Obviamente que tem. Uma cidade mágica onde todos os seus desejos viram realidade? Bom, isso não tem, mas seria bacana. Um bom cenário também é importante, acho. Às vezes as características dos personagens correspondem ao lugar onde eles vivem ou de onde vieram; ou contrastam também. Eu acho engraçado prestar atenção nisso. Mas, também cada cenário é propício pra uma determinada situação, para as emoções dos personagens e da própria estória.

A verdade nos detalhes – algumas coisas só são perceptíveis se analisarmos bem os detalhes; como, por exemplo, [spoiler] o romance entre Loras, o Cavaleiro das Flores e Renly Baratheon [/spoiler], coisa que fica bastante explícita na série da HBO, mas nos livros, deve-se prestar atenção nas falas, nos diálogos e atitudes dos personagens, e mesmo assim pouca gente acaba percebendo. É legal, porque também acabam existindo várias teorias entre os fãs; algumas das mais comuns são acerca da mãe de Jon Snow, bastardo de Ned Stark. E, claro, vários caminhos possíveis para o desfecho da série.

Seres incríveis – Gigantes, dragões, mortos-vivos. Se você é amante de fantasia, não preciso falar mais nada, certo? Se você não é, ignore esse tópico e vá ser feliz.

Narrativa – sim, é cansativa, como eu bem disse que é preciso estar atento aos detalhes; e, bem, é fantasia medieval. Não é um livro de Tolkien, mas também não é uma das leituras mais fáceis que já se viu. Mas, pra quem gosta de dar uma complicada, de uma coisa que de certa forma exija mais atenção, é uma boa. E os capítulos são divididos por personagens, além de ser em terceira pessoa; ou seja, você sempre vai estar sabendo o que acontece com todo mundo em boa parte do tempo. Já quis ser onisciente? (God not approves)

Suspense – APESAR disso, sim, tem o suspense. É disso que o povo gosta. Duas casas são amigas? Pule um capítulo e não são mais. Fulano está vivo e triunfante? Ops, acho que não. Não é um Harlan Coben ou um Dan Brown, mas há várias surpresinhas ao longo dos livros.

Bom, acho que já enchi bastante a linguiça, né? Mas, acima de tudo, acho que As Crônicas de Gelo e Fogo deve ser lida por prestigiar uma mente original e que não se preocupa com delongas, que é a de George Martin. E tem sangue, cara, quem não gosta de sangue?


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