domingo, 28 de outubro de 2012

"O Universo é infinito"

   Ele foi acusado de heresia duas vezes. Foi obrigado a fugir da Igreja praticamente a sua vida toda, e mesmo assim foi queimado, apenas por defender suas idéias. Filósofo, físico, teólogo, escritor e teve o livro da próxima resenha do blog baseado em sua vida. Você sabe quem foi Giordano Bruno de Nola?







   Filippo Bruno nasceu em Nola (próximo a Nápoles) por volta de 1548. O nome Giordano foi lhe dado quando ingressou no convento São Domingos, onde também foi sagrado sacerdote em 1572. Desde cedo tendo problemas com seus superiores no monastério, Giordano foi acusado de heresia, obrigado a fugir pela Itália e ainda viajar pela França, Suíça, Alemanha e Inglaterra.
   Na Universidade de Oxford, ministra aulas de cosmologia, atacando o sistema aristotélico. Por conta disso, foi protagonista de várias discussões e acabou abandonando a universidade, rumando para a França logo em seguida, onde, após um debate público no colégio Cambrai, foi ridicularizado, atacado fisicamente e, finalmente, expulso do país por suas idéias contraditórias. Ou seja, o cara só arrumava treta.
   Pelos cinco anos seguintes, passou por diversas cidades, iniciando seus projetos de escritor e criando obras sobre cosmologia, física, magia e a arte da memória. Até demonstrou, mesmo que erroneamente, que o Sol tinha um tamanho superior ao da Terra.
   Voltou para Veneza em 1592. Neste mesmo ano, Mocenigo, que foi quem o convidou a retornar, se decepcionou com Giordano, pois desejava que ele lhe ensina-se a arte da magia, com a finalidade de adquirir, através dela, riquezas e poder. Como Giordano se recusou a ensiná-lo, Mocenigo o trancou em um quarto e o denunciou ao Tribunal da Inquisição. Giordano foi, assim, acusado de heresia uma segunda vez. As principais acusações eram:
– Defender a tese do astrônomo alemão Johannes Kepler (imagem) de que a Terra girava em torno do Sol.
– Defender o uso da magia.
– Defender que Jesus Cristo não fez milagre algum e sim magia.
– Pregar que todos progrediam, sendo que até os demônios eram salvos.
– Acusar a Igreja de promover a ignorância de seus fiéis, para que estes permanecessem como “asnos”.
   Bruno foi alvo de várias tentativas de abdicar de suas idéias. Tendo todas elas falhado, o filósofo foi condenado à fogueira em 16 de fevereiro de 1600. Segundo alguns historiadores, teria dito, antes, aos seus algozes a seguinte frase: “Vocês pronunciam esta sentença contra mim com um medo maior do que eu sinto ao recebê-la”.  

   Qual o medo da Igreja? –
     Bruno defende a infinitude do universo, como um conjunto dinâmico que se transforma continuamente, do inferior ao superior, e vice-versa, num movimento constante, por ser tudo uma só e mesma coisa, como manifestação da vida infinita e inesgotável. Como o universo, também Deus é infinito, sendo-lhe imanente e transcendente ao mesmo tempo, sem nenhuma contradição, pois os opostos acabam por coincidir no infinito.
   Para Bruno, o universo é uma coisa viva, todo ele regido por uma mesma lei, sendo Deus a mônada das mônadas (espécies de átomos orgânicos e viventes), que compõem o organismo do mundo. Deus está presente por toda parte, como poder infinito, sabedoria e amor, cabendo aos homens adorar toda essa infinitude com entusiasmo, numa unidade das crenças religiosas, além de qualquer dogma positivo.

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