sábado, 27 de outubro de 2012

Mês de Halloween #08

   Encerrando as creepy, que estão começando a ficar entediantes, hoje temos um conto de terror, sobre o Natal na verdade e como não devemos subestimar o espírito natalino. Conheço essa estória há uns dois anos. O único nome do autor que eu conheço é Flávio, sem sobrenome, e como isso já não é mais uma creepy (que geralmente são escritas por anônimos), seria legal colocar os créditos corretos. Então, se alguém souber o nome completo do autor, faça o favor de colocar nos comentários; meu objetivo aqui não é plagiar ninguém (:

   Mais um final de ano se aproxima e com ele a festa mais aguardada pelas crianças.
   Noite de Natal. Crianças espalhadas pelo mundo inteiro aguardam a visita do bom velhinho.  Apreensivas esperam que Papai Noel chegue com os presentes tão desejados durante o ano, mas nem todos os pequeninos acreditam na figura de um homem vestido de vermelho com barba comprida e um barrigão.
Esta é a história dos irmãos Daniel e Rodrigo, um com doze e o outro com sete anos. O primeiro não possui mais a ilusão do velho barbudo, é muito difícil hoje em dia uma criança nessa idade acreditar que um velho desconhecido venha até sua casa entregar presentes.
   - Rodrigo. O que você está fazendo? Perguntou Daniel o mais velho.
   - Estou colocando um bilhetinho na árvore de Natal com meu pedido para o Papai Noel.
   - Larga a mão de ser bobo. Já não te falei que Papai Noel não existe.
   - É lógico que existe. Eu o vi no Shopping hoje à tarde.
   - Está vendo como você é besta. Era um homem vestido de Papai Noel para enganar trouxas como você.
   - É mentira. Eu conversei com ele. Ele disse que vai trazer meu presente porque fui um menino bonzinho.
   - Então fica esperando seu bobo, ele não vai trazer nada pra você. Ele não existe e nunca existiu.
   - É o que veremos.
   Faltando vinte minutos para as doze badaladas, Viviane mãe dos meninos entra na sala e vai falando.
   - Meninos. Está na hora de vocês irem dormir.
   - Mãe, eu quero esperar Papai Noel. Falou Rodrigo.
   - Não pode meu filho, senão Papai Noel não vai trazer seu presente. Vai dormir. Quando você acordar Papai Noel vai ter deixado seu presente.
   - Tudo bem mamãe.
   O mais velho ficou olhando para a mãe com um olhar desconfiado. Raphael, pai dos meninos, não precisava falar para que eles entendessem o recado. Olhou para Daniel, e como se um olhar valesse mais que mil palavras, o guri foi em direção do quarto com o irmão mais novo.
   Silêncio em toda a casa. Somente o barulho do vento entrando pela fresta da janela podia ser ouvido.
   Daniel acordou com sede. Levantou e caminhou em direção a cozinha. Quando chegou próximo a porta da sala, um vulto vermelho e alto na sua frente causou espanto.
   - Não pode ser verdade. Eu devo estar ficando louco. Não existe Papai Noel.
   O menino seguiu em direção aquele homem travestido com roupa vermelha e botas enormes.
   Caminhou lentamente na ponta dos pés até chegar próximo. O homem de costas para a porta não percebeu a aproximação do menino franzino.
   - Papai Noel. É você?
   O homem virou-se rapidamente baixando o rosto em direção ao menino. Grandes olhos negros fixaram-se dentro dos olhos do garoto. Ficou tão perto do rosto do menino que sua imagem fora refletida na escuridão dos olhos enegrecidos.
   A figura grotesca de um velho narigudo e com uma longa barba branca o encarava. Um arrepio percorreu a espinha do garoto. Ficou paralisado sem reação. Não conseguia se mexer nem falar nada. O homem aproximou-se do garoto e uma voz rouca cortou a escuridão da sala:
   - Você que é o Daniel. Aquele que não acredita no Papai Noel?
   O menino não conseguia abrir a boca, tamanho pavor que sentia no momento.
   - Vou perguntar de novo. Seu nome é Daniel?
   O garotinho tremendo de medo conseguiu somente dizer um “sim” muito baixo que mal podia ser ouvido. O homem que parecia um gigante calçado de botas abraçou o garoto estático e o colocou num saco vermelho.
   Os lábios do menino não conseguiam se abrir. Dava a impressão de estarem colados. Não conseguia falar e nem gritar por socorro. Tentou se debater dentro do saco, mas o corpo permanecia inerte aos movimentos como se uma força externa o paralisasse. O homem aproximou-se da janela da sala e de supetão pulou e sumiu na escuridão da calada noite.
   Amanheceu o dia, Viviane colocou a mesa para o café da manhã.
   - Daniel. Rodrigo. Venham tomar café.
   Somente Rodrigo saiu do quarto e foi em direção a cozinha.
   Quando passou pela sala reparou alguma coisa embaixo da árvore de Natal. Um pacote colorido e grande.
   Saiu correndo na direção do embrulho com seu nome e começou a rasgar a embalagem. Seus olhos nem piscavam de tão compenetrado que estava.
   - Mamãe, mamãe, Papai Noel trouxe meu presente. Eu sabia. Eu sabia que papai Noel viria.
   Viviane colocou a cabeça para fora da porta da cozinha e espiou o menino abrindo uma caixa grande. Logo pensou. - Deve ser o presente que Raphael trouxe para os meninos. O garotinho sentia uma emoção tremenda, suas mãos tremiam enquanto as folhas da embalagem caiam ao chão.
   – O que será que papai Noel trouxe pra mim?
   Gritos de alegria podiam ser ouvidos pela casa.
   - Mamãe, papai Noel trouxe meu presente.
   Ao abrir o embrulho uma surpresa, o menino havia ganhado um boneco. O brinquedo possuía feições humanas, dava a impressão que estava vivo. Os detalhes dos olhos, da boca e cabelos impressionavam tamanha perfeição.
   - Mamãe, mamãe, olha o que ganhei. Ganhei um boneco.
   A mulher dirigiu-se para a sala. Um grito de horror pode ser ouvido á distância. Como se fosse acertada por uma bigorna na cabeça. A mulher despenca no chão desacordada.
Daniel, o menino mais velho estava paralisado como estátua. Amarrado em seu pulso em cartão de Natal com a figura do bom velhinho e os dizeres.
   - “Nunca subestime o espírito do Natal”

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