terça-feira, 23 de outubro de 2012

Apenas palavras

   Hey. Em minha falha tentativa de pensar em um post para hoje (isso ontem à noite), resolvi colocar alguma coisa que escrevi. Mas não queria colocar nenhum conto; curiosamente meus contos ultimamente estão ficando muito grandes. E estou com poucos poemas. Então, vou colocar só dois textinhos que usei para participar de concursos culturais na internet mesmo. Textos ganhadores, óbvios.
   O primeiro, eu usei num concurso no blog Tudo Sobre Sentimento. A proposta era responder O que é o amor pra você? Ganhei dois livros do Nicholas Sparks (sim, isso mesmo haha).


   O que é amor? Quer dizer aquele sentimento indescritível que é capaz de salvar o mundo? Se sim, amor é mais do que a paixão ardente entre duas pessoas. Aliás, quem disse que amor se resume a duas pessoas? Amor é um sentimento universal; você pode amar seu grupo de amigos, e semear a mais linda forma de amor, a amizade; pode amar um lugar especial, que o faz sentir-se nas nuvens; ou pode amar os livros, tanto que não possa se separar deles. Mas, foquemos no amor de um casal, o amor que os jovens têm certeza que conhecem e os velhos querem lembrar da certeza de um dia ter conhecido. Amor, acima de tudo, é aceitação. Primeiro, aceita-se simplesmente o fato de amar, o fato de que é o amor que rege o mundo. E, depois, e mais importante, aceita-se o amado. Aceita-o mesmo que ele não seja tudo que um dia você sempre quis, aceita seus defeitos, tanto quanto ama suas qualidades. Aceita que nunca, nunca mesmo, o amor de vocês vai ser perfeito, nem o mais sincero. Amor não é capacidade de abandonar tudo por um objeto amado, e sim, poder seguir sua vida com esse amor. Amor não é olhar para uma pessoa e pensar que ela é perfeita, mas sim saber que ela não é e nunca será a imagem da perfeição, saber que o seu amor existe mesmo com o obstáculo enorme que são os defeitos. Não é deixar de olhar pra outra pessoa na rua, mas sim olhar e saber que quem está ao seu lado é melhor. Amor, em síntese, é o defeito da humanidade.
E, melhor de tudo, amor não é nada disso que foi dito aqui. Amor é o que você sente, e não deixa a vontade de sentir.

   O outro é recente, para um concurso no Walking in Booklanding. A proposta era: Você é Juliette, não toca alguém a exatamente 264 dias. A última vez que o fez, que foi por acidente, foi presa por assassinato. Ninguém sabe por que seu toque é fatal. Enquanto não fere ninguém, ninguém realmente se importa. O mundo está ocupado demais se desmoronando para se importar com uma menina de 17 anos de idade. Doenças estão acabando com a população, a comida é difícil de encontrar, os pássaros não voam mais, e as nuvens são da cor errada. O Restabelecimento disse que seu caminho era a única maneira de consertar as coisas, então eles lhe jogaram em uma célula. Agora muitas pessoas estão mortas, os sobreviventes estão sussurrando guerra - e o Restabelecimento mudou sua mente. Talvez você seja mais do que uma alma torturada de pelúcia em um corpo venenoso. Talvez você seja exatamente o que precisamos agora. Você tem que fazer uma escolha: ser uma arma, ou ser um guerreiro. O que faria nessa situação?". Ganhei um exemplar autografado de Estilhaça-me, com um marcador e ecobag.

   264 dias.
   Dói não poder tocar. Dói ter medo. Mas doeria mais se ela o fizesse.
   Aguentar isso por tanto tempo; ser presa por tanto tempo enquanto o mundo está surtando lá fora. Aliás, o mundo não existe mais; nada existe além da dor e do medo. Nada além do destino de poder dar uma nova face ao mundo.
    Dar uma nova face ao mundo. Soava tão engraçado e ao mesmo tempo tão sombrio. Quem era ela para poder remodelar esse mundo que não é mais o seu mundo? E, principalmente, porque tinha que ser ela? Por que não deixar o solo sob seus pés desmoronar? Simplesmente esquecer, era isso o certo a fazer. Memórias só servem para trazer mais dor e mais medo.
   Mas não tinha medo enquanto olhava para o ferro frio em sua mão. Uma bela perspectiva realmente, essa de esquecer. Para sempre. Ninguém se importava, ninguém poderia fazer nada. Pior, ela mesma não queria fazer nada além de fechar os olhos e apagar lembranças de um destino não revelado; lembranças de um futuro desmoronado.
   Como as pessoas a veriam? Já a viam como uma aberração; o Restabelecimento a via como um tipo estranho de esperança. E ela via a si própria como uma covarde. Mas talvez não fosse tão ruim. As pessoas tiravam conclusões precipitadas e raramente conseguiam ver pesos sobre os ombros de alguém que não fosse delas próprias.
   Metal frio e esquecimento poderiam ser uma boa opção, na verdade. Sem dor ou medo.
   Aliás, essas eram palavras que surgiam tanto em sua mente que até a cansavam. De tudo. Era essa a palavra na verdade: cansada. Cansada porque nada era como poderia ser; cansada de não poder tocar. Cansada do medo e da dor.
   Não queria ser uma arma. Não queria ser uma guerreira. Queria continuar sendo apenas nada; apenas espaço no mundo que não mais poderia existir.
Simplesmente cansada de tudo, menos do metal frio que tocava sua pele tão gentilmente; uma coisa que ela nunca poderia fazer com outra pessoa.
   Um destino não revelado, um futuro desmoronado.
   Esses foram seus últimos pensamentos antes de o metal beijá-la, como se fossem amantes de longa data. Depois, só havia escuridão. Mas sem dor. Sem medo. Só o sangue doce e o esquecimento carinhoso.

   Enfim, acho que esses foram os dois concursos culturais que participei na minha vida até agora. Mas tem um rolando no Colecionadores de Histórias sobre Halloween (você pode ver tudo no link), que acaba no dia 03/11. Além daqueles que acontecem n'O Livreiro, que eu nunca ganho. 
   Espero que tenha gostado ^^ (e não me plagie, eu tenho uma amiga que faz voodoo)

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