Várias circunstâncias poderiam levar um samurai a cometer o harakiri, entre elas as mais importantes:
- Como forma de recuperar a sua honra pessoal, depois de esta ter sido perdida em alguma atitude indigna;
- Para escapar da prisão em campos de batalha, pois, para um samurai, era uma imensa desonra se render ao inimigo. Além disso, a rendição na maioria das vezes era uma péssima escolha, pois os prisioneiro comumente eram torturados;
- Como ato de lealdade ao seu senhor, advertendo-o sobre algo de errado que ele venha fazendo. Alguns também cometiam o harakiri ao perceber o declínio de seu daimiô ou até mesmo quando estes faleciam, acompanhando-os até depois da morte e seguindo o preceito de que um samurai serve a apenas um senhor em sua vida.
O harakiri, entretanto, não era só colocar uma espada na barriga e bum; tinha todo um ritual: o samurai primeiro banhava-se para purificar seu corpo e sua alma, dirigindo-se logo após ao local da execução, onde se sentava de maneira oriental, pegava uma faca curta ou um punhal e o enfiava do lado esquerdo do abdômen, cortando a região central do corpo, e terminava por puxar a lâmina para cima. Era importante o corte no abdômen, pois esse era considerado o centro do corpo, das emoções e dos espírito para o povo japonês.
O corte visceral provoca uma morte lenta e dolorosa, mas o samurai deveria se manter firma, sem demonstrar dor ou medo. Além disso, ao seu lado ficava um amigo ou parente portando uma espada, uma espécie de "assistente" do ritual; caso o guerreiro parecesse não estar mais suportando a dor, o kaishakunin dava-lhe o golpe da misericórdia, decepando-lhe a cabeça.
Era importante também o samurai deixar um poema de morte, onde um guerreiro escrevia uma composição podendo conter suas últimas impressões sobre o mundo, algum desejo ou simplesmente uma despedida formal.
O primeiro ritual harakiri resgistrado data de 1170, quando o samurai Minamoto Tametomo se suicida ao perder uma batalha contra o famoso clã dos Taira.
O harakiri tinha grande significado para o povo japonês. Vencendo o medo da morte, o samurai vencia também esse enigma da humanidade e destacava-se das outras classes da época. Foi esse mesmo espírito que levou os kamikases (ah, rá) a explodirem junto de seus aviões.
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